Há dias assim...

Estou revoltada. Desde manhã cedo que me bombardeiam com notícias tristes. Será que mostro ser assim tão forte? Será que fiz assim tanto mal para ter de ouvir e sentir isto que estou a sentir? Garanto-vos que não sou forte.

Vou contar a quem queira ler, preciso de desabafar urgentemente esta dor que me vai na alma.

1ª notícia- há um menino-rapaz, cuja história acompanho há algum tempo, que depois de ter sido literalmente abandonado pela mãe, com 16 anos - deixado à sua sorte e à dos que o seguiam como amigos, se viu obrigado a crescer demasiado rápido e, com vergonha contida da mocidade, a aceitar caridade; pois bem, este menino com cara de anjo quase ficava numa cama de hospital com uma pneumonia gravissima (hoje tem 18 anos e continua a não ter familia com ele); NINGUÉM foi com ele à urgência mas, felizmente, de lá saiu com um enfermeiro-protector que de tudo fez para que este menino não voltasse a cair no esquecimento desta sociedade mediocre - sim, porque até a Seg. Social lhe cortou a prestação que recebia; sinto um aperto tão grande na garganta que mal consigo respirar, só de pensar naquele coração abandonado que mais não precisa senão de uma familia que lhe dê atenção; a situação está a ser devidamente acompanhada, há Anjos da Guarda que lhe mostram o caminho e o tentam proteger e eu só peço a DEUS que este menino-rapaz nunca mais tenha de passar por sofrimento sem, pelo menos, ter alguém amigo do seu lado...;

2ª notícia-telefona-me o meu marido a dizer que foi à rádio onde ele trabalha um senhor, de ar bondoso e triste, meia-idade, a dizer entre lágrimas que a sua querida cadelinha tinha desaparecido e que ele estava inconsolável, por gostar tanto dela...; o meu marido já publicou no Facebook e o senhor foi espalhar cartazes e publicar num jornal local...espero que apareça;

3ª notícia-à hora do almoço liga uma amiga da minha irmã a dizer que estava um saco com cãezinhos dentro de um contentor do lixo; ela não conseguiu chegar-lhes para os socorrer; lá ligo eu a uma amiga D'A Casota...; com a ajuda de um colega conseguiu tirar o saco...; CINCO bebés ainda com o cordão...; a veterinária entende que não sobreviverão; eu e a minha amiga chorámos ao telefone e, uma vez mais, o tal aperto que mal me deixa respirar...

Pergunto eu: MEU DEUS, porque tem a vida de ser assim? E como posso eu ser mais forte?

É que, por enquanto, não consigo! Falta-me o ar e a coragem...

Sandra